Frequentemente as emissoras de FM perguntam como fazer para melhorar a qualidade do som da rádio no ar.
Resposta
Quando pergunto sobre o enlace estúdio transmissor, descubro que as coisas estão abaixo do ideal.
Este artigo não contém novos insights ou ideias brilhantes. Somente soluções usadas para melhorar a qualidade do som das rádios no ar.
Todavia, entendemos que em muitos casos a emissora não ter outra opção para transportar o áudio do estúdio para o transmissor a não ser usando um enlace por IP.
Não precisa dizer, que usar codificação com perdas Mp2, Mp3 ou outros formatos com perdas produz um efeito negativo na qualidade do áudio que vai ao ar.
O problema:
Quando se usa um codec que envia o áudio em L+R geralmente se cria artefatos indesejáveis, como picos e distorções.
O nível de volume deve ser reduzido em vários dBs para deixar espaço para se ter headroom (espaço) para os picos extras de áudio gerado pelo codec, isso mesmo o nível de volume deve ser abaixado, o que é inaceitável para a maioria das emissoras de rádio, pois estas não desejam ter o seu nível de modulação reduzido.
Se tiver um som alto complexo e repentino como o som de um chimbal, a codificação em MP3 tende a causar algo chamado Pre-Ring, que é um tipo de eco inverso, parece uma sucção.
O Pre-Ring soa muito artificial e faz com que a música soe sem dinâmica porque suaviza os transientes ao longo do tempo
Por que o áudio codificado não é bom para Broadcast?
Os codificadores perceptuais exploram as limitações de percepção do ouvido humano.
Remove partes que seriam irrelevantes na percepção. Esta remoção resulta em picos (Overshoots) e distorções que são audíveis e deixam o processador de áudio sem parâmetros para fazer um processamento correto.
Exemplo taxa em 128Kbps. O padrão MPEG pode comprimir qualquer sinal de áudio com a intenção de mantê-lo audível. A taxa de amostragem do áudio pode ser 32, 44,1, ou 48 kHz.
Os formatos de áudio compactados podem ser categorizados como 'com perdas' (incluindo MP3, AAC, WMA e Ogg Vorbis) ou 'sem perdas' (como FLAC, ALAC da Apple e MP3 HD).
Os formatos com perdas listados são exemplos do que chamamos de formatos de codificação de áudio perceptual, que exploram a psicoacústica da audição humana: suposições são feitas sobre o que podemos ouvir e o que não podemos em diferentes contextos, a fim de determinar quais elementos de dados podem ser 'perdido'.
Simplificando, os formatos com perdas sempre exibem alguma perda de qualidade, porque o conteúdo de áudio que sai do decodificador na reprodução não é o mesmo que o conteúdo de áudio que foi originalmente para o codificador.
Explorando a psicoacústica
A psicoacústica é o estudo de como os humanos percebem o som e é relevante aqui porque os defensores da compactação de dados com perdas argumentam que, ao ouvir áudio com qualidade de CD, é impossível para o nosso cérebro perceber todos os dados que chegam aos nossos ouvidos. Por isso, vários princípios psicoacústicos são explorados em diferentes quantidades por diferentes algoritmos de codificação de áudio perceptual.
Nota Importante:
O Limite Mínimo de Audição: O ouvido humano não é igualmente sensível a todas as frequências. É mais sensível em 1-5 kHz e fica menos sensível nos extremos de cada lado.
Na meia-idade, poucas pessoas conseguem ouvir acima de 16 kHz, e mesmo os jovens com boa audição percebem essas altas frequências com muito menos eficiência. Portanto, o conteúdo mais silencioso em faixas de frequência às quais somos menos sensíveis pode ser considerado imperceptível pelo codificador - portanto, não é codificado.
O processador de FM irá processar o áudio que chega codificado com todos os seus efeitos colaterais gerados pela codificação perceptual
Solução:
Use o formato PCM que existe na grande maioria dos codecs Barix – Solidyne e outros.
É um formato 'bruto' não compactado, o que significa que todos os dados capturados são armazenados e usados para recriar a forma de onda na reprodução. Em outras palavras, o fluxo de bits que entra no sistema durante a gravação é, teoricamente, idêntico ao fluxo de bits reproduzido pelo sistema na reprodução. Para se ter qualidade do CD, a maioria dos sistemas profissionais de gravação de áudio PCM atualmente usa 24 bits - resultando em uma relação sinal-ruído teórica de 141dB (144 menos 3dB para dither) - e taxas de amostragem de até 192kHz, para maior resposta de alta na frequência.
Nota Importante: Use áudio compactado em 320 Kbps
Outra alternativa eficiente presente hoje é o uso do Codec Micro uMPX que é um codec que possui um perfeito controle sobre os picos (Overshoots) e digitaliza o sinal composto entregando um sinal de extrema qualidade ao transmissor
Otimizando Áudio em MP3 usando o Stereo Tool FM Plus.
O Stereo Tool FM Plus deve estar no local do transmissor.
Use as Ferramentas:
Declipper
Remove harmônicos, tornando as coisas muito mais fáceis para o codificador.
PNR Noise & Hum
Remove sons constantes e reduz o assobio. Também deve tornar as coisas um pouco mais fáceis, especialmente quando combinadas com o Noise Gate.
Noise Gate
Reduz ruídos e sons muito suaves.
Estéreo: AZIMUTH
Remove diferenças de fase entre os canais esquerdo e direito. Como a maioria dos codificadores com perdas, em taxas de bits mais baixas, codificam um canal mono com muito menos dados de diferença, o canal mono soa muito mal se houver uma mudança de fase entre os canais, isso pode ter um efeito dramático na qualidade de áudio nas músicas com problemas de AZMUTH.
Bandpass
Seria inútil codificar áudio até, digamos, 18 kHz se você apenas transmitisse o áudio cerca de 15-16 kHz em FM.
Fonte: Hanz Zutphen
Traduzido e adptado por: Jorge Faria
Data:21/07/2023
Yorumlar